O cenário econômico para 2025 traz uma combinação preocupante: expectativa de inflação elevada e contínua alta nos preços dos alimentos. De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, especialistas do mercado financeiro revisaram para cima as projeções de inflação, que devem encerrar o ano em 5,65%, superando a estimativa da semana anterior de 5,60%.
Entre os fatores que mais pressionam o índice está a inflação alimentar, que segue acima da média. Nos últimos 12 meses até janeiro, os preços de alimentos e bebidas subiram 7,25%, superando a inflação geral de 4,56%. Produtos básicos, como carne bovina, continuam liderando as altas, com a arroba do boi gordo atingindo R$ 325 em janeiro. O aumento das exportações e a demanda interna elevada contribuem para manter os preços elevados, impactando também outras proteínas, como carne suína e de frango, devido à substituição por parte dos consumidores.
O café enfrenta outro cenário crítico. A produção nacional deve cair 4,4% em 2025, segundo a Conab, devido a problemas climáticos acumulados. A demanda global crescente e entraves logísticos internacionais elevam os preços, com alta de 8,6% no café moído em janeiro.
Por outro lado, há sinais de alívio no mercado de óleo de soja, com a previsão de uma safra recorde de 166 milhões de toneladas. O recuo de 6,2% nos preços internos desde o início do ano indica uma possível desaceleração nos custos para os consumidores.
Ainda assim, especialistas alertam que os alimentos continuarão a ser um ponto sensível no orçamento das famílias, especialmente para a população de baixa renda. A inflação, somada à alta dos alimentos, reforça a necessidade de atenção à política econômica para mitigar os impactos no custo de vida.