O Brasil encerrou 2024 com um recorde inédito nas exportações de café, enviando 50,4 milhões de sacas para 116 países, um crescimento de 28,5% em relação ao ano anterior. O desempenho, que superou o recorde anterior de 2020, consolidou o país como líder mundial no mercado cafeeiro. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), o Espírito Santo foi responsável por 25% do volume total, destacando-se como grande produtor da commodity.
O robusta (conilon) foi o destaque do ano, com exportações que cresceram 98%, totalizando 9,3 milhões de sacas. Já o café arábica registrou alta de 19,8%, com 36,9 milhões de sacas exportadas. Com esses números, o Brasil reafirmou sua posição como o maior exportador global de ambas as variedades.
De acordo com Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, o crescimento reflete a escassez de oferta no mercado internacional, causada por colheitas menores no Vietnã e na Indonésia devido a condições climáticas desfavoráveis. O Brasil, mesmo com uma safra abaixo de seu potencial, conseguiu suprir a demanda, o que impulsionou os preços e o valor das exportações.
Apesar de uma queda de 8,1% no volume exportado em dezembro, a receita do mês disparou, atingindo US$ 1,145 bilhão, um aumento de 42,2% em relação a dezembro de 2023.
O Espírito Santo foi destaque nacional, exportando 12 milhões de sacas, sendo 70% dessa produção composta por conilon. Ferreira destacou os avanços da cafeicultura capixaba, impulsionados por investimentos estaduais em qualidade e tecnologia, o que tem rendido reconhecimento internacional.
Os Estados Unidos foram o principal destino do café brasileiro, com 8,1 milhões de sacas importadas, seguidos pela Alemanha, com 7,5 milhões. A União Europeia absorveu 52,6% das exportações, enquanto mercados emergentes como México, Vietnã e Índia registraram crescimento significativo.
Apesar do desempenho positivo, a logística foi um desafio: atrasos em portos e custos extras geraram prejuízos de R$ 42,3 milhões até novembro. Para 2025, o Cecafé prevê exportações robustas, mas sem novos recordes, devido ao impacto das condições climáticas na safra de arábica. A liderança global do Brasil no mercado, no entanto, segue firme..