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O aumento do preço do café no Brasil tem impulsionado a circulação de produtos falsificados, conhecidos como "cafake" – misturas de cascas, folhas e resíduos do café comercializados como se fossem o produto original. O fenômeno tem gerado preocupação entre produtores e especialistas, que alertam para os riscos econômicos e à saúde dos consumidores.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o preço médio do café subiu de R$ 36,80, em dezembro de 2023, para R$ 53,90 no mesmo mês de 2024. Com isso, surgiram alternativas mais baratas, vendidas com rótulos que utilizam termos como "sabor café" e "tipo café", mas que não contêm grãos de café puro.
“Isso é uma fraude econômica e um desrespeito aos produtores. Além disso, pode comprometer a qualidade da bebida e até oferecer riscos à saúde”, alerta Celírio Inácio da Silva, diretor da Abic.
A falsificação tem se espalhado por supermercados e mercearias, principalmente no Sul e Sudeste. Muitas dessas embalagens imitam marcas conhecidas, tornando difícil a identificação pelo consumidor.
Para evitar ser enganado, especialistas recomendam verificar os rótulos e buscar apenas produtos identificados como "100% pó de café". Além disso, o preço pode ser um indicativo: pacotes de meio quilo de “cafake” costumam custar menos da metade do café convencional.
A Abic já acionou órgãos de fiscalização para coibir a venda desses produtos, enquanto supermercados foram alertados sobre a irregularidade.
