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A dívida do setor público consolidado do Brasil registrou um aumento significativo em maio deste ano, alcançando 76,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 8,5 trilhões. O crescimento de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior, quando a dívida estava em 76,3% do PIB, reflete uma tendência preocupante que o mercado financeiro acompanha de perto. O reequilíbrio das contas públicas é considerado crucial para evitar uma disparada da dívida, um indicador essencial para as agências de classificação de risco.
Desde o início do governo de Lula, a dívida pública aumentou 5,1 pontos percentuais. Em dezembro de 2022, ao final do governo anterior, a dívida estava em 71,7% do PIB. A atual gestão aprovou a PEC da Transição e o novo arcabouço fiscal, medidas que ampliaram os gastos públicos em cerca de R$ 170 bilhões anuais. Esses recursos são destinados a áreas como saúde, educação, investimentos e emendas parlamentares.
Segundo o Banco Central, o aumento da dívida em maio pode ser atribuído a três fatores principais: despesas com juros, emissões de títulos da dívida pública e a redução do PIB nominal. Mesmo com a implementação do novo arcabouço fiscal, analistas do mercado financeiro estimam que a dívida pública brasileira pode alcançar 88% do PIB até 2033.
O governo, por sua vez, projeta que a dívida continuará a crescer até atingir 79,7% do PIB em 2027, no cenário base. No entanto, há preocupações de que, caso as previsões para as contas públicas e o PIB sejam mais pessimistas, a dívida possa chegar a 90,1% do PIB em 2028. Esses números foram apresentados na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025.
Este cenário coloca uma pressão significativa sobre o governo para controlar os gastos e implementar políticas que promovam o crescimento econômico sustentável. O aumento da dívida pública não apenas eleva os custos de financiamento para o governo, mas também pode afetar a confiança dos investidores e a percepção do risco do país.
