As empresas estatais federais, estaduais e municipais acumularam um deficit de R$ 9,76 bilhões, ajustado pela inflação (a preços de setembro), durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse é o maior saldo negativo do século 21 em menos de dois anos, abrangendo 2023 e 2024. Em 2023, as despesas superaram as receitas em R$ 2,43 bilhões, enquanto, de janeiro a agosto de 2024, o rombo atingiu R$ 7,33 bilhões, de acordo com dados do Banco Central. Os valores foram corrigidos pela inflação pelo portal Poder360.
Desde 2002, a série histórica acompanha os saldos das contas de governos anteriores: Lula (2003-2010), Dilma/Temer (2011-2018) e Bolsonaro (2019-2022). O deficit atual já supera o registrado no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), que acumulou um saldo negativo de R$ 8,86 bilhões. Parte do superavit de R$ 31,22 bilhões obtido no governo Jair Bolsonaro (PL) foi revertido nesse período. Curiosamente, o maior superavit foi registrado no primeiro mandato de Lula, quando as estatais geraram R$ 41,10 bilhões entre 2003 e 2006, puxado pelas estatais estaduais que tiveram um saldo positivo de R$ 43,12 bilhões. Já as estatais federais, nesse mesmo período, registraram deficit de R$ 2,46 bilhões.
No segundo mandato de Lula (2007-2010), houve um superavit de R$ 8,37 bilhões, também impulsionado pelas estatais estaduais, enquanto as federais apresentaram um deficit de R$ 10,64 bilhões. No atual mandato, o governo Lula acumula um deficit de R$ 4,16 bilhões entre 2023 e 2024, com as estatais estaduais contribuindo com um rombo de R$ 5,29 bilhões, o maior saldo negativo da série histórica.
Em 2024, o deficit das estatais acelerou. Entre janeiro e agosto, o rombo foi de R$ 7,33 bilhões, o segundo maior saldo negativo da série histórica, atrás apenas de 2014 (R$ 7,47 bilhões).
Quanto à divisão por nível de governo, as estatais federais somaram um deficit de R$ 3,45 bilhões de janeiro a agosto, um aumento de 383,1% em relação a 2023. Já as estatais estaduais apresentaram um rombo de R$ 3,90 bilhões, com alta de 181,1% no mesmo período.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou recentemente que não procedem as informações de que o governo desvincularia estatais dependentes do Orçamento, ressaltando que o objetivo é reduzir a dependência dessas empresas de recursos federais.
Fonte: Poder360