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O presidente Lula (PT) voltou a defender, nesta quinta-feira (15), a realização de novas eleições na Venezuela, uma solução sugerida pelo ex-chanceler Celso Amorim, responsável pelo Itamaraty paralelo do governo. O petista também cobrou “bom senso” do presidente venezuelano Nicolás Maduro, indicando que ele poderia convocar o povo às urnas.
“Maduro ainda tem seis meses de mandato. Se ele tiver bom senso, poderia convocar novas eleições, permitir a participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral multipartidário e garantir a presença de observadores internacionais. O que eu não posso é ser precipitado e tomar uma decisão”, afirmou Lula em entrevista à Rádio T, em Curitiba.
Durante a conversa, Lula ainda deixou claro que não reconhece a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho, qualificadas como fraudulentas pela oposição venezuelana. “Ele sabe que está devendo uma explicação ao mundo”, declarou o presidente brasileiro.
Entretanto, críticos da proposta de novas eleições, como Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas e figura de destaque na oposição, rejeitam a ideia. “Não se justifica falar em novas eleições quando Edmundo González venceu com mais de 30 pontos percentuais de vantagem sobre Maduro”, disse Ledezma ao Uol. Ele enfatizou que cerca de 4 milhões de venezuelanos foram impedidos de votar, o que aumentaria ainda mais a diferença.
Para Ledezma, propor um novo pleito seria um desrespeito à soberania popular, favorecendo os interesses de Maduro. Enquanto isso, Lula continua a sustentar que uma nova eleição pode ser a solução para a crise política na Venezuela, embora enfrente resistência tanto dentro quanto fora do país.
