Lula sugere inclusão de “carne comum” na cesta básica e "impostozinho" nas "carnes chiques"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma diferenciação na taxação de carnes durante uma entrevista à Rádio Sociedade em Salvador nesta terça-feira (2). Ele sugeriu que carnes de cortes nobres poderiam ter um "impostozinho", enquanto as carnes mais consumidas pela população deveriam ser isentas de impostos.

Durante uma agenda na Bahia, ao responder um questionamento sobre a ideia de isentar as carnes de impostos na reforma tributária (inclusão da carne na cesta básica), Lula defendeu a tributação de “carnes chiques”, que segundo o mandatário seriam para pessoas ricas que podem pagar “um impostozinho”, e a isenção de impostos para ovos, frango, músculo, acém, e colchão mole, que seriam as “carnes que o povo consome”.

"Eu acho que temos que fazer uma diferenciação. Você tem carne chique, de qualidade, que o cara que consome pode pagar um impostozinho. E você tem a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto. Faz parte do dia a dia do brasileiro. Então, uma carne, um músculo, um coxão mole, um acém, sabe, tudo isso pode ser evitado […] Eu acho que a gente precisa colocar a carne na cesta básica, sim. Você pode selecionar a carne, escolher a carne", declarou Lula.

A proposta de Lula visa aliviar o peso dos impostos sobre os alimentos básicos consumidos pela maioria da população, ao mesmo tempo em que cria uma taxação diferenciada para carnes de maior valor.

A inclusão de carnes na cesta básica é uma demanda antiga, desde a época da campanha eleitoral em que Lula afirmava que o brasileiro teria picanha na mesa.

Porém, a fala atual do presidente sugere um caminho sem comprometer a arrecadação fiscal. A ideia de isentar ovos, frango, músculo, acém, e colchão mole visa diretamente beneficiar as famílias de menor renda, que dependem desses alimentos no seu dia a dia.

Por outro lado, a tributação das chamadas “carnes chiques” visa manter um equilíbrio nas contas públicas, garantindo que aqueles que possuem maior capacidade contributiva ajudem a financiar as políticas sociais e econômicas do governo.