A Terra Indígena Yanomami registrou 33,3 mil casos de malária em 2024, superando a população local, estimada em 27,1 mil indígenas pelo IBGE. Crianças de 0 a 9 anos concentram 44% dos casos, somando 14.672 notificações, seguidas pela faixa etária de 10 a 19 anos, com 8.889 registros (26,6%). O aumento geral foi de 10,2% em relação a 2023, e de 118% ante 2022.
Apesar do crescimento das notificações, o Ministério da Saúde afirma que houve redução de 35,7% nas mortes por malária no primeiro semestre de 2024. A pasta atribui a queda à ampliação do atendimento no território, incluindo a reabertura de polos de saúde e maior número de diagnósticos e tratamentos. Segundo o governo, 5.224 indígenas estavam sem acesso a serviços médicos em 2023, cenário que foi parcialmente revertido até abril de 2024.
Dados preliminares indicam que, entre 2022 e 2024, 39 mortes foram causadas pela forma mais grave da malária, a falciparum, com 18 casos resultando em complicações cerebrais. O Ministério da Saúde, porém, ainda não divulgou números completos de óbitos para o segundo semestre de 2023 e 2024.
A crise de saúde na região é agravada pela reincidência da doença, que causa danos severos aos órgãos e impacta a subsistência dos indígenas. Além disso, o vasto e de difícil acesso território dificulta o diagnóstico precoce, essencial para o tratamento eficaz.
A emergência em saúde pública foi declarada em 2023, após anos de expansão do garimpo ilegal, e resultou em ações para expulsão de invasores e controle da doença. O governo promete divulgar dados atualizados em breve, enquanto comunidades seguem enfrentando o desafio de conter os focos do mosquito transmissor.