Entre janeiro e dezembro de 2024, o Brasil contabilizou 6.041 mortes causadas pela dengue, enquanto outros 875 óbitos seguem em análise, de acordo com informações do painel de monitoramento do Ministério da Saúde.
Esse total de mortes equivale a uma média superior a 16 vidas perdidas diariamente para a doença. No mesmo período, foram registrados 6,644 milhões de casos prováveis, número mais de quatro vezes maior que o observado em 2023.
O Espírito Santo destaca-se com a maior taxa de incidência do país em 2024: 92,1 casos por 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, o estado está entre os mais afetados, em um cenário nacional com 6.041 mortes e mais de 6,6 milhões de casos prováveis da doença no ano passado.
O início de 2025 mantém o alerta, com 3.778 notificações registradas apenas na primeira semana, sendo 247 em Vitória. A taxa de incidência subiu para 110,94 casos por 100 mil habitantes entre 29 de dezembro de 2024 e 4 de janeiro de 2025. Municípios como Itarana e Muqui apresentam índices críticos, com mais de 2.000 casos por 100 mil habitantes, reforçando a necessidade de ações emergenciais no estado.
A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, revelou que o Espírito Santo e outros cinco estados (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Santa Catarina) concentram 84% dos casos de dengue nas últimas semanas. Durante entrevista coletiva, ela também destacou que 90% dos casos de febre do Oropouche no Brasil estão concentrados no território capixaba, ampliando as preocupações sanitárias.
O Ministério da Saúde atribui o avanço da dengue a fatores como o retorno do sorotipo 3, que não predominava desde 2008, o aquecimento global e os efeitos do El Niño, que agravam as condições climáticas e incentivam o armazenamento inadequado de água. "A mobilização de recursos e a colaboração entre governos e sociedade são essenciais para conter essa epidemia", afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Para combater o surto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a importância da eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti e a busca imediata por atendimento ao surgirem sintomas como febre alta, dores no corpo e cansaço.