A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ministro da Casa Civil Braga Netto, o ex-ministro Augusto Heleno, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, entre outros 32 investigados, por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A investigação aponta que eles formaram uma organização criminosa com o objetivo de manter Bolsonaro no poder à força, desestabilizando o Estado Democrático de Direito.
O inquérito, que já soma mais de 800 páginas, concluiu que os envolvidos se organizaram em seis núcleos com funções específicas para implementar o golpe. Entre as ações mencionadas, estão a disseminação de desinformação, a incitação de militares para a adesão ao golpe, e a criação de estruturas paralelas de inteligência e apoio logístico. A PF também identificou a formação de um núcleo jurídico, com o objetivo de dar respaldo legal às ações golpistas.
Além das acusações relacionadas à tentativa de golpe, os indiciados responderão por crimes como a abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa. As penas para os envolvidos podem chegar até 12 anos de prisão, dependendo da tipificação dos crimes. O relatório será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se aceita a denúncia da Procuradoria-geral da República (PGR) e transforma os indiciados em réus.
Esta investigação segue outras ações da PF, incluindo o indiciamento de Bolsonaro em casos relacionados a joias sauditas e fraude no cartão de vacinas.