No último sábado (10), o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em concordância com o parecer da Procuradoria-Geral da República, decidiu conceder liberdade provisória a Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), que estava detido desde quinta-feira (8) na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília. A detenção ocorreu durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, onde foi encontrada uma "arma ilegal", posteriormente identificada como pertencente ao seu filho e com o registro vencido, além de uma pepita de ouro de "baixo valor", conforme alegado pela defesa, e que, segundo esta, não configuraria delito de acordo com a jurisprudência. A pepita tinha 39 gramas e aproximadamente 91,76% de ouro, com valor estimado em R$11 mil.
Ontem, após audiência de custódia conduzida pelo juiz auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes, o ministro determinou a conversão da prisão em flagrante em "prisão preventiva", sem prazo definido.
Valdemar não era um dos quatro alvos dos mandados de prisão da "Operação Tempus Veritatis", também autorizada por Alexandre de Moraes, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Fabio Wajngarten, advogado e ex-Secretário de Comunicação do ex-presidente Bolsonaro, expressou sua opinião sobre o caso nas redes sociais, criticando a não liberação de Valdemar, chamando a situação de vergonhosa.
De acordo com a decisão atual, todas as medidas cautelares aplicadas aos investigados na operação de quinta-feira continuam em vigor. Valdemar está proibido de deixar o país, teve seu passaporte apreendido e não pode se comunicar com nenhum outro investigado, incluindo Jair Bolsonaro, nem mesmo por meio de advogados.
Ontem, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) formalizou um pedido ao STF para revisão das medidas cautelares impostas aos investigados na operação da última quinta-feira.