O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, foi entrevistado nessa segunda-feira (22) no Jornal Nacional. A entrevista gerou grande expectativa em toda sociedade, pois os quatro anos de mandato de Bolsonaro foram marcados pela relação de tensão entre o presidente e a Rede Globo.
O Pedra Azul News preparou um resumo da entrevista para nossos leitores. Confira!
A entrevista começou com o jornalista William Bonner dizendo que o presidente tem feito ataques infundados ao sistema eleitoral brasileiro. Bolsonaro rebateu dizendo que nunca xingou ministros e acusou o entrevistador de criar fake news.
Bolsonaro disse que quer transparência nas eleições, tendo em vista as eleições de 2014 e 2018. Segundo o presidente, o PSDB duvidou do resultado das eleições de 2014 e contratou uma auditoria que concluiu que as urnas são inauditáveis, ou seja, o TSE se recusou a liberar dados eleitorais sob argumento de que são sigilosos. Em 2018, segundo o presidente, houve uma denúncia de fraude e a ministra Rosa Weber determinou que fosse aberto um inquérito pela Polícia Federal (PF). O TSE chegou a informar, no inquérito, que hackers ficaram por oito meses dentro do TSE com senha de servidores.
O presidente, no entanto, defendeu eleições sem que dúvidas pairem sobre elas.
Sobre fechamento do Congresso, do STF, intervenção militar defendida por seus apoiadores “eu autorizo”, Bolsonaro disse que considera como liberdade de expressão de seus apoiadores. “Eu é que não posso ameaçar a fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal. É liberdade de expressão”.
O presidente voltou ao tema do pleito de outubro e disse que respeitará o resultado desde que as eleições sejam limpas e transparentes.
Sobre a pandemia e as atitudes tomadas durante o período, a entrevistadora Renata Vasconcellos afirmou que Bolsonaro “imitou pacientes com falta de ar”, desestimulou a vacinação, usou dinheiro público para comprar medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente. Bolsonaro respondeu que o Brasil comprou mais de 500 milhões de doses de vacina em tempo melhor do que outros países.
Quando questionado sobre a compra das vacinas, Bolsonaro disse que a demora em responder a Pfizer se deu porque não foram apresentados, pela farmacêutica, os possíveis efeitos colaterais. Sobre o colapso ocorrido em Manaus, disse que o governo fez sua parte e que “em menos de 48h estavam chegando cilindros (de oxigênio) em Manaus”. A informação, no entanto, foi contestada pela jornalista Renata Vasconcellos, pois Manaus ficou mais de uma semana sem apoio, segundo ela. Bolsonaro destacou o Auxílio Emergencial concedido pelo Governo e reiterou e disse que fez a sua parte.
Em relação a economia, o presidente disse que suas propostas de campanha em 2018 foram frustradas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia e que sua intenção é dar continuidade à agenda econômica no segundo mandato.
Sobre meio ambiente, ao ser questionado sobre o desmatamento na Amazônia e que o Brasil é visto pelo mundo como um “destruidor de floresta”, Bolsonaro rebateu: “Uma mentira. Ninguém quer destruir floresta.” Destacou ainda os incêndios naturais em outros países e que no Brasil não é diferente. “O Brasil será uma grande potência fornecedora de energia hidrogênio verde. O Brasil é exemplo para o mundo. O Brasil preserva 66% de sua área verde e não merece ser atacado dessa forma.”
Sobre a aliança com o Centrão, Bolsonaro diz que grande parte dos partidos de centro compõe a base do governo para avançar em reformas. Segundo o presidente, foi através do Centrão que o Brasil conseguiu o Auxílio Brasil de R$ 600 para 20 milhões de famílias. Por outro lado, de acordo com Bolsonaro, os partidos de esquerda votaram contra o parcelamento dos precatórios que permitiram a criação do Auxílio Brasil. “O PT voltou contra.”
Disse ainda que indicou ministros por critérios técnicos e que o importante é que “estamos governando sem corrupção.” Sobre as saídas de ministros da educação, Bolsonaro afirmou que não houve escândalo e que as trocas de ministros aconteceram como em outras áreas.
Em relação à Polícia Federal, o presidente diz que não há interferência política nela. O que ocorreu foi que a PF queria uma reestruturação de carreira, mas outras categorias não concordaram. Por isso, que houve um movimento por parte de alguns delegados da PF contra a posição do presidente. “É uma briga salarial.”
Em mensagem à população brasileira, o presidente diz que, apesar de todo o contexto nos últimos dois anos, “nós fizemos todo o possível para que a população sofresse o menos possível.”
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Entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional: veja como assistir