Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que colocou à prova a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.
O ditador Nicolás Maduro, que enfrentava como principal adversário Edmundo González Urrutia, venceu as eleições com 5,15 milhões dos votos (51,2% ) contra 4,4 milhões de Edmundo González (44,2%), de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral. Com a vitória, ele terá um terceiro mandato consecutivo, que o projeta para 18 anos na presidência venezuelana.
María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, ao lado de seu representante e candidato à presidência Edmundo González Urrutia, diz em coletiva que, de acordo com 40% dos dados eleitorais venezuelanos que foram transmitidos pelo CNE (TSE venezuelano), o ditador venezuelano Nicolás Maduro foi derrotado pela maior margem da história local, com cerca de 70% dos votos contra apenas 30%.
No discurso, a líder da oposição venezuelana chamou Edmundo González Urrutia de presidente-eleito do país.
O ditador Nicolás Maduro se pronunciou minutos depois dos resultados declarados pelo CNE. Em frente ao Palácio Miraflores, onde mais cedo havia convocado seus apoiadores a se reunirem, ele exigiu que os resultados sejam respeitados.
“Temos que respeitar essa Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente desrespeitar essa bela jornada”, disse.
“Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca jamais pensei, jamais, em estar em cargo público de relevância. Sempre o que me mevou foi o espírito de lutar por Venezuela”, continuou.
E teceu elogios ao seu antecessor, Hugo Chávez, que morreu em 2013. “Minha única inspiração foi ser soldado de Hugo Chávez.”
Ele disse que já recebeu ligação de líderes da Nicarágua, Cuba e Bolívia para felicitar os resultados. “Sua ligação foi de admiração pela valentia desse povo”.
Líderes Mundias se Pronunciam sobre Eleições na Venezuela
Diversos líderes internacionais manifestaram-se em relação às últimas eleições na Venezuela. Josep Borrell Fontelles, vice-presidente da Comissão da União Europeia pediu maior transparência no processo eleitoral, enquanto o Ministro de Assuntos Exteriores da Espanha solicita a apresentação das atas de votação para garantir a integridade dos resultados.
No Chile, o Presidente afirmou que é “difícil de acreditar” na vitória de Nicolás Maduro, expressando ceticismo quanto à legitimidade do resultado. Nos Estados Unidos, o Secretário de Estado, Antony Blinken, demonstrou que a Venezuela publicou uma discriminação detalhada dos votos, ressaltando a importância da clareza no processo democrático.
Em uma rede social, o Presidente da Argentina, Javier Milei, declarou que seu país não considerará "outra fraude" nas eleições venezuelanas e expressou a esperança de que as Forças Armadas venezuelanas "defendam a democracia".