Um vídeo publicado na última terça-feira (14) pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o monitoramento do Pix pela Receita Federal tornou-se um fenômeno nas redes sociais, alcançando mais de 313 milhões de visualizações no Instagram em menos de 24 horas. Segundo a Wikipédia, o vídeo estabeleceu um recorde global, superando produções de gigantes como Hollywood e o BTS, famosa banda de K-pop.
Na gravação, Nikolas critica a norma que previa o monitoramento de transações acima de R$ 5 mil realizadas por meio do Pix. O parlamentar argumenta que a medida atinge trabalhadores informais, acusando o governo de tratá-los como grandes sonegadores. A repercussão foi massiva, com o vídeo figurando entre os assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) e liderando buscas no Google.
A viralização gerou mal-estar no governo Lula, que anunciou a revogação da norma um dia após a publicação do vídeo. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, classificou as críticas como desinformação. “Infelizmente, esse tipo de manipulação cria um dano continuado, e decidimos revogar a medida para proteger a população de informações falsas”, disse Barreirinhas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o Pix não será taxado e lamentou a disseminação de fake news que prejudicam o debate público.
O episódio também teve desdobramentos jurídicos. O deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo investigação contra Nikolas Ferreira por estelionato e crime contra a economia popular, argumentando que suas declarações desestimulam o uso do Pix, uma ferramenta essencial e livre de tributos.
O caso destaca o impacto da mobilização popular e o alcance do uso das redes sociais no cenário político, além do poder de influenciadores ao utilizar suas narrativas em prol da liberdade de expressão e da democracia.